sábado, 14 de setembro de 2013

INVASÕES A CONTAS DE E-MAILS E DE PERFIS NA INTERNET AUMENTAM 20% NO DF

Segundo especialista, crescimento do uso de equipamentos como tablets e smartphones pode piorar a situação

Adriana Bernardes
Publicação: 14/09/2013 07:55 Atualização: 14/09/2013 10:59

Lorenna teve as senhas do e-mail e de uma rede social roubadas: medo de ser difamada na internet (Gustavo Moreno/CB/D.A Press)
Lorenna teve as senhas do e-mail e de uma rede social roubadas: medo de ser difamada na internet


Senha do banco, do e-mail e das redes sociais. Combinações para acessar o computador do trabalho e até para usar o próprio aparelho de celular. Letras e números que, em tese, deveriam assegurar a privacidade do usuário da rede mundial de computadores e também durante as operações financeiras em caixas eletrônicos. Mas a realidade é que o número de pessoas com a privacidade devassada — e até com prejuízo financeiro após ação dos criminosos — tem aumentado no Distrito Federal. De janeiro a julho deste ano, o Instituto de Criminalística da Polícia Civil investigou 780 casos, 20% a mais do que todos os registros de 2012 e 82,6% na comparação com 2011.

A estudante de biomedicina Aline Magalhães, 24 anos, teve o cartão de débito clonado há cerca de três anos. Os bandidos sacaram todo o dinheiro da conta. “Eu tinha acabado de receber férias, 13º e o pagamento do mês. Tiraram tudo. Descobri ao tentar pagar as contas. O saldo estava zerado”, relata. O pior estava por vir. Orientada por um amigo que também havia sido vítima do mesmo crime, ela fez um boletim de ocorrência e procurou o banco.

Na agência, Aline disse ter sido recebida com má vontade pelo gerente. “Ele ficou todo desconfiado. Fui maltratada. Abriram uma investigação no próprio banco e descobriram que os saques foram feitos em lotéricas do Plano Piloto e de Ceilândia. Só no fim de janeiro, o banco restituiu meu dinheiro”, conta. Passado o trauma, restou o medo de ser vítima novamente. Desde então, Aline não usa os caixas eletrônicos localizados do lado de fora dos estabelecimentos comerciais nem os equipamentos 24h. “Também evito passar o cartão. Dependendo do lugar, prefiro pagar em dinheiro”, diz.

Sociólogo da Universidade de Brasília (UnB) e membro do Grupo Ciência, Tecnologia e Educação na Contemporaneidade, Marcello Cavalcanti Barra trata o tema da segurança do mundo virtual sob dois aspectos: o atacado e o varejo. “O atacado ganhou notoriedade nas páginas dos jornais com o vazamento da informação de que os Estados Unidos promoveram espionagem, devassando os dados até da presidente da República, Dilma Rousseff. Se até ela está vulnerável, imagina os cidadãos comuns”, comenta. Já o que o especialista chama de varejo reúne casos em que os criminosos roubam um por um.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2013/09/14/interna_cidadesdf,388101/invasoes-a-contas-de-e-mails-e-de-perfils-na-internet-aumentam-20-no-df.shtml

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